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sábado, 11 de setembro de 2010

Morador de rua e a laranja madura. O que teriam em comum?

Morador de rua faz das placas de propaganda política, seu abrigo provisório.

Cabana com placas de políticos, abriga morador de rua.
      Que ironia! Logo os políticos que elegemos com a esperança de que tornem o lado social mais justo, oferecendo mais emprego, melhor ensino e proporcionando condições de melhoria de vida e consequentemente moradia dignas. São os mesmos que forneceram material para "construção" deste abrigo provisório.
   
Praça Padre Miguel em Realengo.


Mas infelizmente há uma proliferação de maus políticos, que nem querem saber das camadas mais carentes da população só se for para explorar e se aproveitar, ludibriando com oferecimentos momentaneos de qualidade de vida, mesmo que seja em troca de ações sociais esporádicas ou fixas tais como: bolsas famílias, auxilio disso, auxilio daquilo, subsídios diversos, etc.
    
Uma duvida: Essas placas pela lei eleitoral, não deveriam estar sempre acompanhadas de alguém? podem ficar nas ruas soltas, na beira da estrada?
Então lembramos deste texto que foi enviado pelo nosso leitor Arnaldo da Academia, e que tem a ver com a imagem/situação acima.
“LARANJA MADURA NA BEIRA DA ESTRADA”


      Ataulfo Alves, na canção popular, já dizia que: “Laranja madura, na beira da estrada, ta bichada Zé, ou tem marimbondo no pé”... Em outro trecho, ele cantarolava; “Santo que vê muita esmola na sua sacola desconfia e não faz milagre não”... Essas mensagens faziam e ainda fazem parte do dito popular, mostrando que devemos desconfiar das coisas que não são oferecidas com muita facilidade. É o que vemos nos Estranhos Centros Sociais coordenados por políticos (vereadores e deputados) e sustentados por ONGs às quais são repassados altos valores do dinheiro público a pretexto de prestação de serviços que são da alçada dos governos estaduais e municipais. Esta prática está viciada e distorcendo o processo eleitoral, interferindo diretamente nos resultados das eleições proporcionais. Os Centros Sociais criam inegavelmente os Currais Eleitorais.

       Em pouco mais de um mês, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) fechou quatro desses Centros ligados a Deputados e Vereadores que participarão das eleições em outubro aqui na Cidade do Rio de Janeiro. Neles, foram encontrados medicamentos e equipamentos hospitalares desviados do SUS (Sistema Único de Saúde). Foram detectados, ainda, amostras grátis de remédios, cadeiras de roda do SUS e cadernos contendo os nomes dos pacientes com dados de títulos de eleitores.

       A cada eleição o ritual se repete. O TRE fecha esses Centros de Captação de Votos, mas o eleitor já está “comprado”. A eficácia desta ação do TRE é quase nula. E esta é uma das razões pelas quais as unidades de saúde não funcionam. Os deputados e os vereadores que usam deste expediente eleitoreiro não querem que os governos atuem na saúde e, em conseqüência, sua fonte inesgotável de votos prolifera a passos largos. E os governos são complacentes com isto, pois, em troca, recebem o apoio irrestrito a respeito de tudo o que enviam para as Casas Legislativas que deveriam fiscalizar as ações do Executivo. TODO MUNDO TÁ NESSA BOCA. Que BELEZA!

      O cidadão humilde, não encontrando atendimento no setor público para suas carências, recorre a estes “Pais do povo”, “Benfeitores da Comunidade”, geralmente muito simpáticos, e fica refém ou grato pelo serviço. Só que nada disto é de graça. O dinheiro não vem do bolso deles. É dinheiro nosso a serviço de campanhas eleitorais. O que faria uma pessoa gastar tanto dinheiro na estrutura e no funcionamento destes centros sociais? Seria filantropia pura? Por isso, podemos repetir o dito popular:”Laranja madura, na beira da estrada...”

nota cultural: Ataulfo Alves de Souza (Miraí MG), 02/05/1909 — RJ, 20/04/1969) foi um compositor e cantor de samba brasileiro, tendo vários sucessos na carreira, entre eles Laranja Madura, Ai, que Saudade da Amélia (com Mario Lago) e Atire a Primeira Pedra (com Mario Lago).  http://pt.wikipedia.org/wiki/Ataulfo_Alves